[poema] quase lá
03.06.18
Me perdi no espaço que fica entre
nossas linhas
Quando seus olhos fitaram os meus
E naquele momento eu podia jurar
Que a finitude da coragem ia
cessar meus pensamentos
Só que não aconteceu
Na ingenuidade que encoberta a
duvida
Me pergunto se não é decifrável
demais
Ou se talvez a resposta evidente
seja a que não quero ver
Embora as vezes quero sem querer
Mas que ainda sim quero
Ocultar a voz do coração é
ineficiente quando o corpo diz por si só
Quando a verdade salta sem ser
contida
Simplesmente porque não somos
capazes
De abrigar tudo no nosso segredo
Que talvez seja só meu
Mas se entendi direito as suas
linhas
O que te apreende é o que me
prende
E quando perceber que espero
Simplesmente porque quero
As minhas linhas vai entender
Só não deixemos que a escuridão
consuma nossos pensamentos
Sem que estejamos claros
O dia vem carregado de
consequências
Que vão nos tirar desse nosso
calor
Por isso irei onde for
A minha doce vontade
Desejo que a carne seja forte
Pois o nosso coração não é
E não quer
Que o espaço entre as linhas nos
destrua
Mas e se for inevitável?
Se a vontade deseja que seja
Que aja
Se o corpo pede, que tenha
Se o coração precisa, não se
detenha
Mas vá
com alma
Pois a
vontade por si só se acalma
Se não
tiver que ser
Carla Herculana