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Mostrando postagens de 2018

[poema] segredos

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Podia te pedir algumas coisas em segredo Como para me olhar quando eu estiver te olhando  Só para eu sentir o meu rosto corar Mas se pudesse eu pedia  Pra ser segredo todas as vezes que te olho e que coro  Sentindo minha ingenuidade vulgar E é quando leio suas linhas que vejo Como cada centímetro de você é um segredo  Que reflete ambiguidades  Sem saber que talvez eu já saiba que não sabe Mas por que não sabe? Não sei, deve ser segredo  Um daqueles que a gente esconde dentro da carne  Cobre com a roupa e agasalha com pudor Ao tempo que espera ele se esvair E ceder a outro mistério um lugar  Mas meu bem, você sabe como o desejo é um segredo egoísta Daqueles que pedem pra olhar nos olhos  E arrancar suspiros E roupas, carne E corar  E que também me faz pedir algumas coisas  Como para não sair antes que eu acorde Só para eu poder provar o toque que da sua ingenuidade vira Mas que se vir Vai ser um segredo para escond

[poema] eclipse

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Eu sinto o vazio de uma tarde sem pôr-do-sol De um adeus não dito claramente Do silêncio das palavras jogadas em vão Se a lua pudesse escolher  Ela escolheria o sol?  Mesmo sabendo que no eclipse tudo fica escuro Porque não sabem se tocar sem se consumir Sem deixar de brilhar Sem ter espaço Mesmo no espaço A lua e o sol não sabem se amar Mesmo se amando - que trágico E é por isso que sinto a ausência Do som que o sorriso fazia Do toque que evocava arrepios  E das chuvas de verão  Aí vi que na visão onde Plutão é um planeta  Há espaço para reconhecer o mais pequenino gesto  Mas nada de se permitir esquecer que o sol é uma estrela  que queima  e machuca  quem não sabe tocar E a lua ainda não sabe E não pode se deixar errar Pois o escuro é uma consequência que já deixou marcas  Nos olhos de quem gosta dos dias de sol E agora esses olhos enxergam borrões  Que não se limpam com lágrimas E é assim que sigo sentindo a

[poema] chamas e velas

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9 de julho de 2018 Como escrever para descrever o que sinto Se não sei o que sinto? Se sou como chama na vela Que se falha, apaga Que se queima, diminui Clarear deixar a mesma sequela Que o escuro gerado pela ausência de luz O fim Devo fragmentar minha intensidade para durar mais Ou perecer em um êxtase luminoso? O breu torna mais belo o meu dançar Ao mesmo tempo que ameaça me abraçar Num jogo transcendental e perigoso Mas o que devo escolher Se não sei o que sinto? Se também sou como a vela da chama Que se reutiliza, acende Que se diminui, funciona Que é feita para perecer E que feliz vai morrer Por ter servido de sustentador Ah, o calor Sinto que posso escrever para o descrever Mas o que sinto não diz o suficiente A gente não entende quando vê Precisa tocar para entender A corporeidade-inexperiente O calor-amor Que a vezes sentimos Incendeia Fragmenta Poderia eu viver indecisa Caminhando entre ide

[poema] você por aqui?

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29 de junho de 2018 Eu sei Sei dos altos e baixos que a vida tem Sei que quando acaba o dia, meu bem Você vem aqui Mas por que? Não sei Sei que aparece devagar Com calma, até pede um chá Para relaxar, né? Sei que se pudesse voltava no tempo Mas o que te faz construir o futuro com peças que caem? Pois é Que mané né Ah como sei Sei da sua vida as vezes torta E de como a deixa reta, mas ela volta Torto assim não é melhor? Parece que é É o que quer Né? Aaa, não sei Não sei porque vem aqui Não sei quem autorizou Coração pediu ou se obrigou? Boatos de que não faz bem, pra ninguém Mas diz ai É para machucar ou fazer amor? Sei que não gosta da dor Mas machucar, ah Só que beijinhos não curam mais Sabia? Palavras as vezes não compensam as ações E o silencio, meu bem Diz tanto quando nada diz Está feliz ou infeliz? Poxa meu amor O que isso te custou? Você sabe? - Carla Herculana

[poema] quase lá

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03.06.18 Me perdi no espaço que fica entre nossas linhas Quando seus olhos fitaram os meus E naquele momento eu podia jurar Que a finitude da coragem ia cessar meus pensamentos Só que não aconteceu Na ingenuidade que encoberta a duvida Me pergunto se não é decifrável demais Ou se talvez a resposta evidente seja a que não quero ver Embora as vezes quero sem querer Mas que ainda sim quero Ocultar a voz do coração é ineficiente quando o corpo diz por si só Quando a verdade salta sem ser contida Simplesmente porque não somos capazes De abrigar tudo no nosso segredo Que talvez seja só meu Mas se entendi direito as suas linhas O que te apreende é o que me prende E quando perceber que espero Simplesmente porque quero As minhas linhas vai entender Só não deixemos que a escuridão consuma nossos pensamentos Sem que estejamos claros O dia vem carregado de consequências Que vão nos tirar desse nosso calor Por isso irei onde for A

[poema] ingredientes de um poema

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30 de abril de 2018 Se eu deixar que você faça nosso poema O que vai rimar com amor ? Espero que seus versos sejam gentis Seus sentimentos sejam infantis Puros e delicados como uma flor Tulipas Se eu deixar que você faça nosso poema Vai conseguir rimar com compreensão ? Entender o que o coração está sendo Para assim Desvendar-nos como uma canção Sentir que nem sempre é verdadeiro o não E que o silencio é um convite Se eu deixar que você faça nosso poema Vai conhecer alguma rima para intimidade ? Uma em que a conexão ultrapasse e conceba a pele Numa doce e intensa mistura de Amarabilidade com corporeidade Sensação Vontade Se eu deixar que você faça nosso poema Aquele toque vai rimar com o que? Sem a posse de um caso fechado Com a posse de algo compartilhado Eu só preciso saber É real? Se eu deixar que você faça nosso poema Poderia ter uma rima com amizade ? Onde tardes de sol tem nuvens de algodão Palavras s

[poema] Nós

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Silencio É tudo que eu quero Silencio a sós Silencio com nós Nos dois Dois nós Apertados Silencio para que amores calados Possam se unir em nós Com nós Laçados Silencio onde nós preenchem É o mesmo onde nos enchem E é assim que se perdem os nós Se perdem nós dois Se perdem dois nós Então refaça o laço Ou faça outro laço Mas faça por nós Pois nós em beijos de aço No silencio vão se tornar belos Eu acho. - Carla Herculana. Um pouco antes de 24 de fevereiro de 2018

[poema] Esse não é um poema sobre macho

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Ah, que toque Me toque com aquele toque Suspire e não tenha medo, vem cá Me tire o sono, me tire a calma Aquiete-se aqui, me toque com sua alma Devagar, mas com intensidade Fique por favor, tenha piedade Preciso do seu corpo e do seu coração Preciso da sensação de sua mão Em mim Então chegue mais perto e encoste Me toque com aquele toque Diga pra mim o que sente O que quer O que precisa Que eu te tiro o sono, te tiro a calma Eu me aquieto aí e mostro minha alma E tudo que eu quero Que eu preciso E que eu sinto por você E por mim, por nós E por todos que nos tocarão As palavras que escondo Você esconde também Mas se hoje pensar em mim Aguente firme, continue Eu também penso em você Desse mesmo jeito, com esse mesmo medo E com a mesma vontade de despir a alma e perder a calma Te tocar Me tocar Com aquele toque Com aquele sentimento Com consentimento Te tocar com meu corpo e Principalmente Com o meu coração

[texto] Não existe nada melhor que nós

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05 de janeiro de 2017 Sempre vai existir alguém melhor que você, mas não se preocupe. Alguém que possui tantas qualidades que facilmente te deixaria para trás numa comparação. Ela se parece com você, embora não tenha seus defeitos e seu sorriso seja mais bonito. Ah, como é encantadora, parece uma princesa. Ele também é como você, embora tenha outras qualidades e seja mais atraente. Ah, como é encantador, parece um sonho. Basta olhar ao seu redor pra encontrar pessoas sortudas que conseguem ser tudo ao mesmo tempo, pessoas desenhadas a mão e recheadas com bondade e predicados. Você pode ser substituído num piscar de olhos, perder tudo que conquistou pra alguém que merece ainda mais. Aquela garota atraente que tem uma risada gostosa merece mais esse menino incrível que você um dia chamou de namorado. Assim como sua antiga menina que hoje anda dando as mãos pra um garoto cujos olhos são lindos e o coração a aquece. Mas a questão é, como amar e ser amado nesse mundo onde é possíve

[texto] Troféu

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26 de dezembro de 2017 Saudades de quando dizia pros amigos que gostava de mim e queria ficar comigo: como naquela vez em comemorou ao roubar um beijo meu. Vi você esticando os braços e eles olhando, depois todos pularam e você não parava de sorrir. Também não parei de sorrir um bom tempo. Os dias hoje são borrões na minha mente, mas não consigo esquecer as sensações que você me apresentava. A alegria, a ansiedade, aquele nervosismo e a constante vergonha de falhar. Você era feliz, seus olhinhos brilhavam tanto que iluminavam toda a minha vida e ainda sobrava luz. Era tanto amor que fluía de você que eu vivia anestesiado, só sabia sorrir e pensar como eu merecia tanto. Lembra daquela tarde em que fizemos juras de amor? Foram várias. Os seus abraços eram intensos, você havia lutado por mim e queria demonstrar isso todos os segundos, queria aproveitar o seu prêmio ao máximo. Mas qual a vantagem em ser um troféu se depois somos deixados na estante? Ah, maldito dia aquele em que co