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[poema] tinta vermelha

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Derramei a tinta e não consegui limpar  Esfreguei, apertei, cutuquei Mas era tarde  Nem água quente adiantou, ou chá de camomila Pior foram as noites em que eu nem dormia  Tentando me limpar  É uma tinta que gruda na pele, na alma,  Nao sei o nome, ninguém me explicou  Na embalagem diz pra tomar cuidado, e eu tomei Juro Mas só caiu, sabe Foi sem querer Até porque quem ia querer  Mas achei que saia Pior que eu achei  Se a tinta azul não é permanente assim Porque a vermelha seria? E mais ainda Como eu saberia se não derrubasse? Nunca entendi qual é dessas tintas  Porque elas vem para mim com tanta intensidade Mas elas ardem tanto, que nossa Nem sei como conseguem pintar quadros  De noites estreladas e de sentimentos De tudo que alguém tem por dentro Seja dor, raiva ou felicidade Seja sol seja mar seja vento Seja um pincel numa tela em branco Tentando usar as tintas  Seja o tormento  Só não seja assim Com pele permanente