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Mostrando postagens de outubro, 2018

[poema] segredos

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Podia te pedir algumas coisas em segredo Como para me olhar quando eu estiver te olhando  Só para eu sentir o meu rosto corar Mas se pudesse eu pedia  Pra ser segredo todas as vezes que te olho e que coro  Sentindo minha ingenuidade vulgar E é quando leio suas linhas que vejo Como cada centímetro de você é um segredo  Que reflete ambiguidades  Sem saber que talvez eu já saiba que não sabe Mas por que não sabe? Não sei, deve ser segredo  Um daqueles que a gente esconde dentro da carne  Cobre com a roupa e agasalha com pudor Ao tempo que espera ele se esvair E ceder a outro mistério um lugar  Mas meu bem, você sabe como o desejo é um segredo egoísta Daqueles que pedem pra olhar nos olhos  E arrancar suspiros E roupas, carne E corar  E que também me faz pedir algumas coisas  Como para não sair antes que eu acorde Só para eu poder provar o toque que da sua ingenuidade vira Mas que se vir Vai ser um segredo para escond

[poema] eclipse

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Eu sinto o vazio de uma tarde sem pôr-do-sol De um adeus não dito claramente Do silêncio das palavras jogadas em vão Se a lua pudesse escolher  Ela escolheria o sol?  Mesmo sabendo que no eclipse tudo fica escuro Porque não sabem se tocar sem se consumir Sem deixar de brilhar Sem ter espaço Mesmo no espaço A lua e o sol não sabem se amar Mesmo se amando - que trágico E é por isso que sinto a ausência Do som que o sorriso fazia Do toque que evocava arrepios  E das chuvas de verão  Aí vi que na visão onde Plutão é um planeta  Há espaço para reconhecer o mais pequenino gesto  Mas nada de se permitir esquecer que o sol é uma estrela  que queima  e machuca  quem não sabe tocar E a lua ainda não sabe E não pode se deixar errar Pois o escuro é uma consequência que já deixou marcas  Nos olhos de quem gosta dos dias de sol E agora esses olhos enxergam borrões  Que não se limpam com lágrimas E é assim que sigo sentindo a