[texto] outra vez em prantos outra vez lamento


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E esses dias confusos que venho enfrentando, se é que posso chamar de dias e não de tempos muito longos, estão amargurando ainda mais os pensamentos que em mim surgem repentinamente -embora tais pensamentos também morem comigo. Dias que vem levando meus amigos para longe, pois eu disse a eles que não mais existe gosto. Ou melhor, não disse, já que evitando as despedidas achei que meu corpo não sentiria esse adeus. Mas sentiu. E esses dias confusos, ou tempos longos demais, estão fazendo com que eu me veja de novas formas, mas todas seguindo o mesmo padrão deprimido. Acordo sentindo o peso de um novo dia, ao mesmo tempo que meus pulmões anseiam por novos ares. E a noite, quando não consigo dormir, experimento sabores que nem imaginei que poderia, como a mistura de dor e vazio e a de confusão e sofrimento. E ai, em prantos, lamento. Me culpabilizo pelos erros insistidos e pelos recém-chegados, como se duvidasse que, na ultima crise, eu havia me machucado o suficiente. A cada dia me mostro que não foi o suficiente. Sendo assim, me corto com um passado que existe conturbado em minhas lembranças, e, por ordem de meus pensamentos, se agarra ao futuro como se este fosse uma corda que o carrega pelo tempo. E ai, no presente, e em prantos, me sinto desconectada e esmagada por essa realidade que, sem perceber, criei. Ou sera que percebi? Em que momento me peguei desestabilizada, frágil, e reconheci que adentrava caminhos nublados de um labirinto? Sera que em algum momento senti que meus modos de pensar estavam diferentes? que meus sonhos estavam borrados? que meu coração estava ficando vazio (ou cheio demais)?. Infelizmente não consigo me lembrar, pois, ao olhar pra trás, não vejo tantas coisas diferentes de como quando, em suas poucas vezes, olho para frente. Mas isto é engraçado, pois essa tal de frente, do amanha, constantemente me apetece. Sinto tanto medo dessas palavras que mal consigo pensar no espaço/tempo não físico do qual veio essa representação sem entrar em panico. Na verdade, fico assustada o tempo inteiro, ainda mais com meu coração dependendo tanto de outros seres. E esses outros, infelizmente e felizmente, existem independente de mim, e não faço falta ou tenho importância para eles. Digo isso pois um momento de crise meu pode ser algo que alguém deixe para se preocupar só depois, ainda mais quando já é rotina. Um corpo que cuida do meu pode querer se afastar e ter um minuto tranquilo, enquanto que o meu tranquilo existe só em minha idealização da felicidade. Uma pessoa que consegue me trazer de volta a superfície não vê problema em me deixar sufocando um pouco mais. "Depois eu me importo com isso" As ações não são pensadas de forma que não cutuquem minha ansiedade e saiam correndo, mas são exatamente assim que elas são feitas. E quando se tem amor, ai que dói mais. Cava fundo no peito subjetivo e me mata cada vez mais, mas, objetivamente falando, não morro. Até porque só se morre assim uma vez, e estou aguardando o momento certo. Enquanto isso, lamento, em prantos, e peço aos céus que não acredito para que me deem algo do qual, sem esperança, desejo: paz.