E talvez...



Eu tenho pressa, quase todo o tempo. Pressa para decifrar meus sentimentos e coloca-los rapidamente em um papel, as vezes isso é ruim, outras vezes não. Eu poderia quem sabe, vir aqui agora e dizer de uma vez tudo o que esta dentro de mim, confessar todos os meus segredos e sei lá, só botar tudo para fora, mas primeiro eu preciso montar o quebra cabeça com meu ser interior, me comunicar urgente com meu coração e simplesmente dizer "qualé, o que você quer afinal ?" quem sabe sobre pressão ele não trabalha melhor.



As vezes eu paro, fecho os olhos, e tento esvaziar a mente. Vai que se eu não pensar em nada as respostas simplesmente surgem. Eu queria deitar a noite, e sabe, só dormir, sem ficar planejando cada segundo de algo, ou pensando no dia, nos erros, nos problemas. Eu só quero ter paz por um instante para colocar as coisas no lugar.

Meu coração é complicado, mesmo que por fora eu pareça forte. Tenho esperança de que de tanto interpretar um papel ele possa se tornar verdade, e assim, eu não terei que dormir todas as noites com um travesseiro ensopado de lagrimas. As vezes eu me sinto bem, confiante, eu esqueço de tudo e todos. Outras vezes, eu sou a pior pessoa do mundo, aquela que fugiu dos próprios sonhos, e que mesmo falando tanto não diz nada na verdade. Eu escrevo, como estou fazendo agora, e leio um milhão de vezes as minhas palavras tentando encontrar alguma verdade em tudo isso o que eu disse.
Esse meu mar, está cada vez mais agitado. É como se a cada segundo que passasse eu me sentisse mais perto de explodir, é, é isso. E talvez seria bom. E talvez acabaria em lagrimas. E talvez basicamente não mudaria nada.

Eu não sei mais o que quero, se devo insistir, ou não. Se devo contar e correr o risco de mudar tudo, ou não. Se devo ficar na minha, ou não. Ou não, ou não, ou não. Eu sempre me agarro a duas opções, fico entre o sim e o não, o vou e o fico, o tento e o desisto. Acho que isso é medo, então além de fraca eu também sou covarde, ora que legal. Mais legal ainda é saber que sou capaz de me afogar em meu próprio mar, e tudo isso é culpa de meu infeliz coração, que coitado, é burro , me mantem viva mas não move um dedo para me ajudar a viver.

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