Eu te odeio

Você não passa de mais um, qualquer, comum, como todos os outros. Que ama, finge que ama, engana. Te odeio, simples né ? Queria acreditar nisso também. Quem sabe se eu insistir nessa ideia, ela não se torna verdade. Seria mais fácil. Mas eu te odeio. Por todas as suas mentiras, e por todos os seus gestos que me faz acreditar em coisas. Por todas essas coisas também, por me fazer pausar meus planos e imaginar outro futuro, por me fazer querer esse outro futuro. Eu te odeio, por parecer não se importar, por se importar as vezes e me dar esperanças. Te odeio por fazer essa confusão comigo, por sacudir minhas ideias e me deixar assim. Eu te odeio por me tirar do chão, e te odeio por depois de
algum tempo me deixar cair com tudo. Te odeio pelo tudo, e te odeio principalmente pelo nada, pelo vazio. Eu odeio você por culpa de você mesmo, e por culpa de mim também. É que nós somos monstros, e eu te odeio por não tornar as coisas mais fáceis. Eu te odeio por você ser assim, mais bipolar do que eu, e talvez, quem sabe, mais confuso do que eu. Eu odeio quando você some, e volta como se não houvesse acontecido nada. Eu odeio quando você volta, porque não entendo porque você volta. Porque você volta ? Odeio quando deixa as coisas em branco, quando me deixa sem respostas. Acontece que eu te odeio, só te odeio. Por tudo o que você é, e por tudo o que deixa de ser. Pelo que deixa de ser comigo, e por ir dormir agora, e por me deixar escrever, e por me deixar te odiar. Porque você não me impede de te odiar? Porque você ama me ver te odiando, ou porque você ama me ver tentando inutilmente te odiar ? Eu te odeio, nada vai mudar isso. Mas nada muda também o fato de eu te amar, eu amar te odiar, e odiar te amar. Eu te odeio, eu te amo. Tanto faz na verdade. Amor e ódio são quase a mesma coisa quando não se sabe o que quer.